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terça-feira, 17 de março de 2020
* Este é um diário pessoal
DIA 1
O dia começou com inúmeros problemas que não vem ao caso.
Ao chegar na escola, apenas alguns funcionários e meia dúzia de alunos, o que causa felicidade proporcionada por todo o silêncio sepulcral.
As piadas da sala dos professores são basicamente as mesmas, ora interrompida por algum novo alarmismo sobre o COVID-19.
As péssimas notícias não param de chegar, áudios, videos, textos que jorram do celular de um e de outro, bebo cada vez mais café, e diminuo cada vez mais os intervalos entre os cigarros.
Acabo de ler que até o momento são 291 casos confirmados e as suspeitas ultrapassam 8 mil. Leio outra dizendo que infectados pelo vírus podem ser cinco vezes maior que o oficial. Se esses 8. mil já não são resultados dessa multiplicação, então...
Ainda não sinto pânico propriamente dito, talvez nem sinta.
Sinto impotência ante o caos iminente, por não poder proteger quem amo e também quem gosto e desejo bem. Impotência pelo coletivo. Por aqueles que desconheço, felizes num dia de sol a desfrutar a vida enquanto cruzo de bike a praça XV.
Sinto um zeitgeist de sofrimento, pulsão máxima de morte coroando nossa sociedade já coroada pela família Bolsonaro, milicianos e pastores que se dizem evangélicos e uma série de banalidades que vem tomando o país de assalto, talvez desde sempre, mas que só se manifestaram nos últimos tempos.
Quais planos tenho para o futuro no dia de hoje? Que minha resiliência seja dura o suficiente para comigo e que não sofram aqueles que amo.
Itirapina,17 de março de 2020.
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